LENDAS DE OXOSSI
LENDAS DE OXOSSI

                   

                             

                            SOBRE ODÉ (OXOSSI)

É o orixá caçador, que vive nas florestas e nas terras verdes não cultivadas. Está associado à lua e à noite, por ser o melhor momento para a caça. Sua técnica consiste em esperar, pacientemente, a preza aproximar-se para, então, deferir seu tiro certeiro.
Orixá poderoso, encantado do maior respeito, suas festas são de grande beleza e opulência. Uma delas, a das Quartinhas de Oxossi, no candomblé do Gantois, onde reina a veneranda Mãe Menininha, é inesquecível espetáculo. 


Sua principal ferramenta é o ofá (arco) e a flecha, muito utilizados em sua arte. Acredita-se que esse orixá conhece o segredo do nosso planeta, pois os dois hemisférios (norte e sul), quando separados, assemelham-se ao seu arco.

Outra ferramenta importante é o erukerê, objeto sagrado feito com o rabo de búfalo, utilizado, especialmente, para a magia. Seus poderes mágicos são muito importantes, através dos quais os caçadores enfrentam os seres encantados que habitam as florestas. O erukerê, que é detentor de "axé", também serve para espalhar a fertilidade pelo mundo.


Na mitologia yorubana, Odé é filho de Yemonjá e irmão de Ogun, que, assim como ele, adora a liberdade. É muito confundido com a caçadora Oxóssi, seu correspondente feminino. Ambos estão relacionados à fartura, prosperidade e à eterna convivência com a natureza.

Odé tem como missão trazer caça para todos os povos do mundo. A caça simboliza o alimento necessário para a sobrevivência das espécies e, também, a busca de novos caminhos para o desenvolvimento.

A atividade de caçador sempre foi considerada pioneira e muito importante, trazendo para seus integrantes uma posição de destaque entre os seus.

Devido à sua principal atividade, Odé permanece muito tempo isolado, concentrando-se totalmente na tarefa que está desempenhando.

Odé também é reverenciado durante os rituais de colheita e de fertilização do solo.



LENDA DE ODÉ

Na cidade de Ifé, realizavam-se festividades e rituais por ocasião das colheitas. Os sacerdotes da aldeia, fugindo aos seus costumes, não realizavam as oferendas obrigatórias para três das maiores bruxas conhecidas: as Iya-mi Oxorongás. Esse ato imperdoável precisava de uma boa punição. Foi assim que elas enviaram um enorme pássaro para assombrar aquela aldeia.

A ave ficou pousada no telhado do palácio, de onde podia avistar toda a cidade.

Um clima de medo e mau agouro espalhou-se entre os moradores, que não sabiam o que fazer para acabar com aquele terrível monstro.

Oferendas foram realizadas para as Oxorongás, mas sem resultado. Era tarde demais para isso.

Foi então que alguns caçadores se apresentaram para matar o pássaro das bruxas, mas foram todos derrotados. O último caçador possuía apenas uma flecha, e era a última esperança de livrar a aldeia da morte. Esse caçador era Odé.

Sua mãe, que estava longe daquele lugar, teve um mau presságio com relação a ele. Consultando um babalawô, teve a confirmação do que já sabia: seu filho corria grande perigo.

Foram necessárias muitas oferendas para que a missão de Odé fosse executada com perfeição e, graças a isso, Odé pôde matar o pássaro com sua única flecha, livrando sua aldeia da aniquilação. Desde então, vem sendo venerado por esse povo.


CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE ODÉ

O arquétipo de Oxóssi é o das pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em movimento. São pessoas cheias de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Têm o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família. São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma. 

A determinação e a paciência para aguardar o momento certo de agir, fazem parte da sua personalidade. São joviais, rápidos e espertos, sempre com um olhar atento e vivo. Possuem um corpo esguio, sendo geralmente magros e pouco musculosos. Suas mãos são delgadas e finas. Movimentam-se quase que flutuando, com muita leveza no andar. É um orixá de pessoas presas ao cotidiano e de homens comuns, que não sonham muito. Alguns filhos desse orixá possuem muita criatividade e dons artísticos.



Dia da semana: quinta-feira.

Cores: azul turquesa e verde.

Gêge: nesta nação denomina-se AGUE.

Angola: Congobira.

Domínios: florestas, matas e terras virgens.

Oferendas: aprecia muito o milho cozido.